O pirarucu é o maior peixe de água doce à escala do mundo, e pode atingir dois metros de comprimento e 200 kg de peso
O pirarucu (Arapaima gigas) é o maior peixe de água doce com escamas do mundo, atingindo até dois metros de comprimento e 200 kg de peso. O seu nome provém de dois termos indígenas, pirata, "peixe", e urucum, "vermelho", devido à cor da sua cauda.
Tem dois aparelhos de respiração, as guelras, para respiração aquática, e uma bexiga de natação modificada, especializada para funcionar como um pulmão para a respiração do ar.
A espécie vive em lagos de águas claras e rios afluentes, com temperaturas que variam entre 24° a 37°C. O pirarucu não é encontrado em locais com correntes fortes ou em águas com sedimentos.
O pirarucu é um animal omnívoro, uma vez que se alimenta de animais e plantas.
Durante a estação seca, os peixes formam casais. Durante este período, o pirarucu macho aumenta a intensidade da coloração avermelhada nos seus flancos. Antes de a fêmea depositar os seus ovos no leito do rio, o macho limpa a área e arranca raízes e ramos do local escolhido com as suas mandíbulas. Escava então uma piscina circular, onde a fêmea começa a desovar, para que o seu companheiro possa fertilizar os ovos. Durante a incubação, a fêmea fica mais próxima do ninho, enquanto o macho nada perto para intimidar os predadores que possam trazer perigo para os ovos.
Em Fonte Boa, uma cidade a 677 quilómetros de Manaus, realiza-se o festival do pirarucu, quando se celebra o festival anual do peixe.
O pirarucu chega ao mercado em mantas, depois de ter passado por um processo de salga ao sol. É também conhecido como o bacalhau da Amazónia devido ao sabor e qualidade da carne, que é quase sem espinhos.
Risco de extinção
Com o aumento da pesca comercial nas últimas décadas, os recursos haliêuticos têm vindo a sofrer uma pressão crescente. Isto afeta as populações das principais espécies comerciais, tais como o pirarucu.
A espécie está em grande risco de extinção devido à pesca deliberada e praticada ao longo de muitos anos por pescadores. A reprodução natural do peixe é insuficiente para substituir o número de pirarucus capturados. A exploração insustentável fez com que o Ibama - Instituto Brasileiro do Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - criasse em 2004 uma Instrução Normativa que regula a pesca do pirarucu na Amazónia, proibindo-a em alguns meses do ano e estabelecendo tamanhos mínimos para a pesca e comercialização da espécie.
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